Joaquim Maria Botelho

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Comunicação sem neurose

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abril 15, 2018  |  By Joaquim Maria Botelho Notícias

Comunicação sem neurose

Palestra realizada na Faculdade Teresa D'Ávila, de Lorena, sobre recursos de linguagem em "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

Uma apresentação, ou uma aula, ou uma palestra, antes de tudo, é uma composição estética. A pessoa que fala deve soar agradável, sua presença deve proporcionar agradável sensação visual, e seu discurso deve causar boa impressão às pessoas da plateia. Nessa relação estética, deve haver uma aproximação evidente entre o objeto do discurso e o espectador/ouvinte.

Mas uma apresentação é, também, uma prestação de serviço à audiência. Por este motivo, reveste-se de importantíssimo aspecto utilitário. Em cada oportunidade, sempre única, de haver à disposição pessoas com quem compartilhar ideias, o orador deve aproveitar, usufruir do momento e torná-lo útil para si mesmo, e para quem o assiste. Quantos são os artistas que têm o que dizer, mas lhe faltam palcos e audiências?

O apresentador será, no momento do discurso, um artista, com a função social de desempenhar um relato do seu tempo. Cada discurso, então, deverá ser um relato privilegiado, exclusivo e único, expressando sobre o tema abordado informações que as pessoas da plateia não puderam captar ou materializar de outras fontes.

Constantin Stanislavski, já em cadeira de rodas, disse uma vez a dois de seus alunos que foram vê-lo em Moscou:

– Não me copiem. Adaptem-me. Os artistas, e de resto todas as pessoas, têm que aprender a pensar por si mesmas e descobrir novas formas.

Esta lição resume a função do orador, em um discurso. Ele deve ousar, deve criar, mas deve ser único, e deve ser útil.

Ao mesmo tempo, o apresentador respeitará os condicionamentos culturais de seu público, todos os envolvimentos trazidos pela ambientação, as limitações definidas pelo tema, e as regras da boa comunicação.

Este é o conceito básico a ser seguido para estruturar um discurso: apresentar os argumentos sob a forma de dados informativos que chamem o público à razão, e assim o convença. Sem medo. Não há razão de ter medo de fazer uma apresentação, porque se o conteúdo é bom, basta que o formato do discurso seja trabalhado para estabelecer a relação estética com a plateia.

 

Peggy Noogan foi redatora de discursos para vários presidentes dos Estados Unidos. Ela inicia um de seus artigos com uma observação irônica:

“A mente é algo maravilhoso. Começa a funcionar no minuto em que você nasce e não para de funcionar… até o dia em que você tem que falar em público.”

A limitação pode ser verdade para muita gente, mas estou certo de que falar em público é uma técnica que se aprende, e que a prática transforma em sucesso efetivo. Você pode falar em público. Basta se preparar, estar atento, aprender e praticar. Desde que você descubra o prazer de falar em público. O prazer elimina o medo. Porque, e simplesmente porque, o que causa o medo é a ausência do prazer.

Observe este exemplo de tirocínio, entre duas pessoas que estavam proferindo discursos informais, um para o outro, e como se saíram bem:

 

Um empresário saiu de São José dos Campos (cidade do interior do Estado de São Paulo, a cerca de 100 km da capital), no seu aniversário, e foi jantar em São Paulo. Quando o maïtre perguntou se estava satisfeito com a comida, ele comentou:

– Tenho que estar! Eu vim de São José dos Campos somente para jantar aqui!

– Isso não é nada – respondeu o maïtre, sorrindo. – Eu vim especialmente da França para servir o senhor.

 

Cada um desses dois personagens estava feliz ao se comunicar. Estabeleceu uma ligação de prazer entre o raciocínio, a exposição das ideias, a observação do outro e a resposta que recebeu – que por sua vez o incentivou a criar um novo discurso para prosseguir a conversa, inteligentemente, alegremente. Em suma, com prazer.

 

Voltarei a este tema em breve.

Um abraço a todos.

apresentação comunicação falar em público palestra

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  1. José Santana Filho abril 15, 2018 Responder

    Alguns, como você, têm a verve. Certos atributos são inatos, mas, sem dúvida, há sempre a possibilidade de evoluir. Volte sim ao tema.

    • Joaquim Maria Botelho abril 16, 2018 Responder

      Obrigado, amigo. Voltarei em breve a falar nisso. Abração

  2. Daniel Pereira abril 16, 2018 Responder

    Bom aperitivo, caro Joaquim Maria.

    • Joaquim Maria Botelho abril 16, 2018 Responder

      Obrigado, Daniel. O tema é bom e tenho refletido bastante a respeito. Vou ampliar nos próximos posts.

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